A dança, portanto, apenas ocorre quando o corpo
executa movimentos a partir de um determinado ritmo.
O autor Bourcier se dedicou a esse tema e apresenta
em seu livro, “A história da dança no ocidente”, um panorama geral que se
estende desde a pré-história até os tempos atuais. Segundo ele, a dança teria
surgido como meio de expressão religiosa dos homens primitivos, conclusão
sugerida por cinco pinturas rupestres, encontradas em sítios arqueológicos.
A hipótese apresentada por Bourcier é a de que os
primeiros ritmos teriam surgido de percussões, e de que a partir desses ritmos,
o próprio corpo humano passou a se movimentar de forma ritmada. Desde então, a
dança vem atravessando gerações, e divisões e subdivisões vão sendo criadas
dentro dessa prática. A única exceção se deve à Idade Média: é sabido que essa
foi a época em que a Igreja Católica mais exerceu poder sobre o ocidente
europeu. As danças de rua e de práticas religiosas populares foram extintas,
concedendo apenas à côrte o direito à dança em festas de nobres. Deve-se
lembrar que as danças de côrte eram dançadas quase sem toque corporal (que
representava o pecado e, portanto, era contra os princípios da Igreja), e
quando o toque ocorria, era revestido por luvas.
Passada a repressão corporal medieval, as danças e
outras práticas corporais voltaram à cena na Europa. Foram montados ballets,
cujas estrelas eram sempre mulheres. Também haviam homens nas apresentações,
mas eles pouco dançavam, já que tinham apenas duas funções: serem bonitos, para
tornar a apresentação mais atraente, e fortes, servindo de suporte para segurar
bailarinas. A caracterização do ballet clássico era (e ainda mantém a sua
tradição) voltado à uma rigidez do corpo marcado pela postura, pelas pontas dos
pés, pelos movimentos em forma de “flecha”: todos bastante estendidos.
O século XX trouxe inovações, apresentando uma forma
de dançar que rompeu com a rigidez do ballet: a dança moderna. Essa dança é
marcada pela flexibilidade corporal, pelos pés muitas vezes descalços no chão e
pela expressividade do corpo.
Falamos das danças mais clássicas, mas existem
outros tipos de danças que são, talvez, mais importantes do que essas, já que
fazem parte da nossa história, contam quem nós somos: as danças folclóricas.
Essas danças são específicas de cada localidade e, mesmo quando a mesma dança é
feita em locais diferentes, elas têm suas especificidades que variam entre as
regiões. A catira em São Paulo e parte do Sudeste, a dança do pau de fitas em
Santa Catarina e o Cacuriá no Maranhão são exemplos de danças folclóricas.
Outra categoria de dança que está atualmente
ganhando a atenção da mídia é a dança de salão, que engloba vários ritmos
diferentes como, por exemplo, o soltinho, o tango, o forró, o samba de gafieira,
o cha-cha-cha e a salsa. A característica marcante desse tipo de dança é que
ela é sempre dançada em par. Nesse caso, o homem conduz a mulher. Há uma
brincadeira muito comum entre dançarinos de salão que diz que “uma mulher não é
má dançarina: ela é mal conduzida!”.
Nas aulas de Educação Física a dança costuma ser um
conteúdo rejeitado por muitos alunos e até por alguns professores. Muitos são
os preconceitos contra essa prática, já que é costume ouvir “dança é coisa de
menina”.
Será?
Para você fazer dança na escola, você não precisa
saber passos ou já ter feito dança fora da escola. Ao contrário: a proposta de
trabalhar a dança na escola é para romper com essa ideia de que dança é uma
coreografia montada com passos feitos.
Logo, o que se espera da dança na escola é que o
corpo se movimente no ritmo da música e que haja expressão de sentimentos a
partir do próprio movimento. E isso qualquer um faz: menino ou menina.
FONTE: Brasil Escola
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